quinta-feira, 12 de junho de 2014

Não vai ter (vergonha da) Copa

(Foto: Blog Simples Palavras)
Pois é, meus caros. Ela está aí.

Copa do Mundo 2014, Brasil x Croácia, Arena São Paulo, daqui a poucas horas: 17h.

Mas até termos chegado a tão pouco tempo antes de começar, me intriga tudo o que passou desde o primeiro segundo que o Brasil esteve ciente de que o espetáculo mais importante entre os menos importantes (se o futebol é a coisa mais importante entre as menos importantes, logo a Copa deve ser o evento, seguindo a lógica) seria organizado em seu quintal. Toda uma nação batendo no peito e dizendo: "Vai ser aqui! A Copa é aqui!".

E o tempo passa, passa, passa, passa e passa... E chega 2013 e, com ele, a Copa das Confederações da FIFA, também no Brasil, uma espécie de aperitivo da Copa, que veio como cortesia como a escolha desta para ser organizada aqui e... "Não vai ter Copa", dilema que se arrasta até hoje. Graças a Deus faço parte da maioria que carrega até agora e carregará para sempre o orgulho de ter visto algo histórico passar entre nossos olhos, mas teve um certo grupo que se esqueceu do orgulho que sentiu por tantos anos e de repente passou a sentir algo tão contraditório como a vergonha.

Respeito você, meu caro que não vê nada no futebol e está lendo pelo puro ato de ler, e que estava ciente das responsabilidades que a Copa traria e a incompetência dos políticos que sem dúvida deixaram de fazer muitas coisas relacionadas à Copa, acumulando com as várias coisas que deixam de fazer por mim, você e milhões de brasileiro e, por isso, desaprovava o evento em nosso território com motivos, afinal, não dá pra agradar gregos e troianos.

Agora, me deixa muito frustrado, por exemplo, estas pessoas outrora orgulhosas e que jogaram esse orgulho de lado. Hipocrisia das mais altas. Sem falar das pessoas que gritaram no período da Copa das Confederações e, no decorrer dela, engrossaram o coro do grito de gols do Brasil e, na proximidade da Copa, voltou a gritar contra ela e hoje estará no churrasco da família gritando mais gols.

Não sei se este texto atingirá 50, ou até 100 pessoas, número que já me deixa bem feliz, diga-se de passagem. Mas enfim, pare um pouquinho pra pensar. Não se trata dos 32 grupos de 23 homens, cujos 11 principais ficam correndo e chutando bolas para dentro de uma estrutura retangular e pessoas gritando quando o objetivo é alcançado. Quando os ingleses criaram o esporte, lá nos idos do século XIX, deveria ser apenas o objetivo deles criar mais um esporte entre vários. Mas, no fim das costa, é muito mais do que isso.

O futebol em si, e em seu maior expoente na Copa, na minha visão e de milhões de pessoas no Brasil e no mundo, reflete a humanidade das pessoas da forma mais intrigante. A felicidade do gol feito e da partida ganha, a tristeza do gol levado e da partida perdida, a tensão e o nervo em buscar a vitória ou evitar a derrota, os artifícios usados para fazê-los, como atos imperdoáveis, tipo fazer um gol ou evitar outro com a mão. Tudo é muito grande.

E a Copa é a coisa mais intrigante entre as várias que rondam o futebol, pois fora do esporte, é a maior confraternização entre os mais diversos povos, superada (ou igual) apenas que as Olimpíadas de Verão. A pessoa diz: "ah, é só ver um monte de marmanjo correndo atrás de bola". Acho que é exatamente por isso que me intriga, pois, querendo você ou não, é algo gigante.

Juntando tudo isso, meu caro leitor ou leitora, e mesmo sabendo de tantos problemas que nos rondam (aliás é o que não falta), faço um convite. Aproveite ao máximo a grandeza que será essa Copa. Seja uma felicidade artificial ou não, liberte-se da escravidão de sua infelicidade e insatisfação. É só um mísero mês, poxa. Afinal, ver tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo no nosso quintal, amigo ou amiga, acho que não estaremos vivos para o fazer de novo.

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