quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Tirurulá, tirurulí, ao mestre Osmar Santos.

"E QUE GOOOOOOOOOOOOOOL!". Assim era futebol no rádio, nas tardes de sábado ou domingo, nas noites de quarta-feira. Futebol no rádio tinha um mestre, um gênio. Ele narrava gols de times até nos quais os adversários se emocionavam. No dia do radialista, Osmar Santos é o mito do nosso texto de hoje.

Osmar Aparecido Santos, ou simplesmente, o Pai da Matéria. Ele era a voz marcante nas ondas do rádio que atingia o coração do povo paulista nos anos 1970, 1980 e 1990. Mesmo formado em Administração, Direito e Educação Física, foi com sua voz marcante e seus bordões clássicos que emocionou multidões: "Pimba na gorduchinha", "tirurulá, tirurulí e que gooooooooool". Osmar Santos transmitia toda a emoção em que uma simples partida, que terminava até em 1 a 1, em um jogo inesquecível.
Osmar Santos trabalhou nas Rádios Globo, Jovem Pan e Record e narrou a Copa do Mundo de 1986 na Rede Globo - como o narrador principal, frente a Galvão Bueno - e foi narrador na Copa de 1990, porém na extinta TV Manchete. Um líder pelo povo, liderou a voz da liberdade pelas Diretas Já! em 1984, em um dos maiores movimentos políticos no Brasil e ele, Osmar, jamais aceitou convites para cargos políticos, pois seu amor pelo que fazia era maior do que qualquer outra coisa.
Para os torcedores paulistas, todos têm grandes narrações em suas lembranças. Para o corinthiano, o gol de Basílio em 1977. Para o santista, o gol de Serginho Chulapa na final do Paulistão de 1984. Na memória do são paulino, o 2° gol de Raí na final do Mundial em 1992. Por fim, para os palmeirenses, os 4 gols na histórica final do Paulistão de 1993, quebrando um tabu de 17 anos sem taças do alviverde. Ele é eterno na mente dos torcedores, porém, a maior narração na memória dos brasileiros foram nos 7 jogos da seleção brasileira da Copa de 1994.
No dia 22 de dezembro de 1994, o rádio perde seu líder, perde sua voz. Um grave acidente tira o maior dom do Pai da Matéria. As narrações de futebol no rádio nunca mais foram as mesmas, nunca mais ouviram aquele bordão espetacular - tirurulá, tirurulí e que gooooooooooool -, os jovens atualmente acostumados a jogos na televisão e sem muito contato com o rádio até porque a internet ganhou força nas transmissões, jamais puderam ouvir o grito de gol mais emocionante dado por ele ao vivo no rádio. E entre um desses jovens, eu sou um deles.

Futebol sem narração, qual a graça teria? Feliz dia do radialista a todos os narradores, comentaristas e quem faz com que essa profissão seja eterna. O nosso muito obrigado pelas emoções vividas em cada lance.

(Foto: Rede Manchete)

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